BIOECONOMIA CIRCULAR QUE TRANSFORMA GARAGEM DE ESTEIO EM FÁBRICA DE SHIMEJI

A fungicultura urbana virou temática para vídeos no youtube. Ela é presentada como uma alternativa estratégica e economicamente viável para o desenvolvimento sustentável, com o objetivo central de integrar prosperidade com sustentabilidade no Rio Grande do Sul. A proposta apresentada na plataforma PactoRS25, do Fórum Democrático da Assembleia Legislativa, toma forma em projeto de cultivo de cogumelos em áreas urbanas. 

O laboratório em suas primeiras iniciativas já apresentaram resultados sustentáveis, mas com cerca de 10% da capacidade produtiva. “Esses primeiros resultados são animadores, pois demonstram a capacidade de crescimento dessa atividade produtiva em ambiente urbano. Uma excelente alternativa de renda que pode impactar a qualidade de vida de muitas famílias”, comenta Charles Scholl à redação do site eu amo esteio. O coordenador da Nossa Área – Movimento Pela Economia Solidária, lançou uma série de vídeos no canal do movimento no YouTube, nos quais defende o fomento à fungicultura (cultivo de cogumelos) como uma alternativa estratégica e economicamente viável para conciliar prosperidade com sustentabilidade no Rio Grande do Sul. Scholl revelou que o movimento iniciou o cultivo de shimeji branco em um ambiente adaptado, como uma garagem em Esteio, para realizar o processo de frutificação e comercializar o cogumelo no próprio bairro. A atividade demonstra como a bioeconomia circular pode ser aplicada em escala urbana, utilizando blocos axênicos para o cultivo e visando oferecer o produto diretamente ao consumidor. Nos vídeos, Scholl justifica o potencial desta prática em ambientes urbanos, baseando-se em quatro eixos fundamentais:

OS QUATRO ELEMENTOS ESTRATÉGICOS DA FUNGICULTURA URBANA:

1. Matéria-prima é subproduto da atividade agrícola: A fungicultura é um processo de bioconversão que agrega valor a materiais que seriam descartados. Ela utiliza resíduos agrícolas lignocelulósicos – como palha, caule e cascas de culturas como soja, milho, arroz ou bagaço de cana-de-açúcar – transformando-os em substrato produtivo para os cogumelos. Este método é crucial para a gestão de resíduos agrícolas e é chamado de “a revolução não-verde” por converter biomassa lignocelulósica considerada resíduo em alimento humano.

2. Produz uma proteína de alta qualidade e muito saudável: O cultivo de cogumelos contribui diretamente para a segurança alimentar e nutricional por produzir alimentos de alto valor nutritivo. Scholl defende o consumo desta proteína por sua qualidade em relação à proteína animal e pelas vantagens de o cultivo não gerar impactos ambientais significativos, pois acaba reciclando resíduos da própria agricultura.

3. Promove a economia local: Esta é uma atividade econômica que desenvolve a economia local. A fungicultura é uma alternativa de alta lucratividade na comercialização in natura e é ideal para a agricultura familiar e ambientes urbanos por não exigir grandes extensões de terra. Scholl explica que o consumo e a produção do cultivo, como o de shimeji na garagem do bairro, “gera uma atividade econômica e um fluxo de relações mais qualificadas na própria comunidade”.

4. Produz como resíduo de sua atividade composto mineralizado próprio para regulação biológica de solo: A sustentabilidade do processo é garantida pelo seu ciclo fechado, onde o resíduo da própria produção (substrato exaurido) pode retornar à terra. Este material é utilizado como adubo, biofertilizante ou cobertura orgânica adequada às necessidades dos vegetais. Além de ser um fertilizante, o cultivo incentiva a produção de bioinsumos (insumos biológicos), como o fungo Trichoderma, que atua como agente de controle biológico (biodefensivo) contra doenças de plantas, garantindo práticas de manejo mais sustentáveis.

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