A crescente necessidade global de aumentar a produção de alimentos em cerca de 70% até 2050 para suprir a demanda global, exige a adoção urgente de práticas agrícolas mais sustentáveis. Neste cenário, o cultivo de cogumelos comestíveis, ou fungicultura, emerge como uma alternativa interessante e estratégica, alinhando-se perfeitamente aos princípios da bioeconomia circular, da sustentabilidade ambiental e do desenvolvimento sustentável.

A fungicultura, por ser uma atividade que tem o propósito de manter a estabilidade do meio ambiente mediante a incorporação de processos naturais, constitui um componente importantíssimo para a economia.
Esteio no cenário inovador da fungicultura unindo biotecnologia e desenvolvimento da economia local
O site Eu Amo Esteio apresenta o projeto inovador de fungicultura urbana intitulado “Bioeconomia Circular que Transforma Garagem de Esteio em Fábrica de Shimeji”. Coordenado por Charles Scholl, da Nossa Área – Movimento Pela Economia Solidária, o projeto demonstra como o cultivo de shimeji branco pode ser uma alternativa estratégica e economicamente viável para conciliar prosperidade com sustentabilidade no Rio Grande do Sul. A iniciativa utiliza uma garagem em Esteio como ambiente adaptado para a frutificação e comercialização direta do cogumelo no próprio bairro, na cidade ou na região.

Nessa semana, o restaurante Sushi Yoshito, da avenida Dom Pedro, no Centro de Esteio, serviu deliciosos “rolinhos primavera”, completando, na prática, a teoria do ciclo econômico local. Os empreendedores envolvidos, desde proprietários de restaurante e produtores de cogumelos, trabalham para o fornecimento regular e constante. “A pessoa que tem um empreendimento no ramo da alimentação pode receber em seu local de trabalho encomendas de shimeji branco colhidos pela manhã, com melhor preço do mercado”, aposta Charles Scholl.


Essencialmente um processo de bioconversão, a fungicultura agrega valor a resíduos agrícolas (como palha e cascas de milho ou soja), transformando o que seria descartado em alimento humano de alto valor nutritivo, promovendo a segurança alimentar e a economia local. Além disso, o processo se insere na bioeconomia circular porque o resíduo da produção (o substrato exaurido) é reaproveitado como adubo, biofertilizante ou cobertura orgânica, retornando à terra e incentivando práticas de manejo mais sustentáveis. Esses primeiros resultados, mesmo que com cerca de 10% da capacidade produtiva, já são considerados animadores, sinalizando a capacidade de crescimento dessa atividade em ambiente urbano como uma excelente alternativa de renda.
O Pilar da Economia Circular: Bioconversão de Resíduos
O aspecto mais notável da fungicultura como prática sustentável é o seu papel na gestão de resíduos agrícolas e agroindustriais. O cultivo de cogumelos, em essência, é um processo de bioconversão que agrega valor a materiais que seriam descartados, transformando-os em alimentos. O substrato utilizado para o cultivo de cogumelos, como os do gênero Pleurotus, pode ser composto por uma vasta gama de resíduos lignocelulósicos. Entre os resíduos amplamente utilizados no Brasil destacam-se:

• Resíduos de grandes culturas: Palha, caule e cascas da produção de soja, bagaço de cana-de-açúcar, resíduos da colheita do milho (folhas, caule e sabugo), e palhas de trigo, arroz, aveia e feijão.
• Resíduos agroindustriais e florestais: Resíduos do café e algodão, cascas de semente de girassol, folhas e pseudocaule de bananeira, cascas de frutas cítricas, resíduos da produção de uva, fibra e casca de coco, folhagem de batata, e bagaço de maçã (pós-processamento de suco).
Ao utilizar esses materiais, que em grande volume (estimado em milhões de toneladas anualmente) provocam o acúmulo excessivo de matéria orgânica na natureza, a fungicultura reduz o impacto ambiental e o desperdício de recursos naturais empregados na produção. Esse processo tem sido chamado de “a revolução não-verde”, por converter biomassa lignocelulósica considerada resíduo em alimento humano, ração animal e fertilizantes.
Bioinsumos e Saúde do Solo
A sustentabilidade do cultivo não termina na colheita dos cogumelos. O resíduo da própria produção (substrato exaurido) pode retornar à terra de diversas maneiras, reforçando a economia circular:
1. Adubo e Cobertura Orgânica: O substrato exaurido é utilizado como adubo, biofertilizante ou cobertura orgânica no cultivo de hortaliças e vegetais.
2. Melhoria da Qualidade do Solo: O material exaurido pode ser devolvido à terra como fertilizante, e o reaproveitamento desses subprodutos agropecuários é uma das medidas que propicia a manutenção da estrutura física, química e biológica do solo.
3. Reciclagem Energética: O substrato exaurido também pode ser utilizado para a produção de energia ou, de forma mais ampla, para a biorremediação de poluição e contaminações.
Além disso, os fungos são aliados invisíveis no combate às mudanças climáticas, desempenhando um papel crucial no sequestro de carbono e na decomposição da matéria orgânica, transformando o carbono orgânico em formas mais estáveis e menos voláteis.
Controle Biológico e Redução de Químicos
A utilização de microrganismos, incluindo fungos e bactérias, para fertilizar o solo e combater pragas, tem crescido significativamente no campo. O uso de bioinsumos (insumos biológicos) em geral garante práticas de manejo mais sustentáveis nas lavouras.
No contexto da fungicultura, o cultivo incentiva a produção de bioinsumos. Fungos como o Trichoderma são utilizados como agentes de controle biológico (biodefensivos) contra doenças de plantas causadas por outros fungos, como Fusarium e Rhizoctonia. O uso desses agentes biológicos é um método de controle seguro e ambientalmente adequado, sendo essencial para a agricultura moderna, que prioriza o uso racional de tecnologias e o respeito ao meio ambiente.
Vantagens Produtivas e Sociais Sustentáveis
O fomento à fungicultura é uma atividade atraente não só para grandes agricultores, mas também para a agricultura familiar, por possuir um ciclo de cultivo relativamente curto (45 a 180 dias) e por não exigir grandes extensões de terra.
A atividade gera renda e promove o crescimento econômico regional, sendo uma alternativa lucrativa, especialmente na comercialização do produto in natura. Além disso, os cogumelos são alimentos de alto valor nutritivo, ricos em proteínas, vitaminas, minerais e fibras, contribuindo diretamente para a segurança alimentar e nutricional.
Em suma, a fungicultura atende a uma agenda positiva de desenvolvimento, oferecendo soluções que são simultaneamente sustentáveis, economicamente viáveis e socialmente inclusivas, transformando o que era desperdício em prosperidade.
Uma forma saudável de lidar com a natureza
O cultivo de cogumelos atua como a “lixeira inteligente” do agroecossistema. Em vez de simplesmente descartar os resíduos (o “lixo” orgânico), ela os processa em um ciclo fechado: os restos das colheitas viram a base para um alimento de alto valor (os cogumelos), e o que sobra desse processamento se transforma em adubo de qualidade, realimentando a terra. É um sistema onde o desperdício é zero, e o ciclo da matéria é constantemente renovado.
O site Eu Amo Esteio apresenta o projeto inovador de fungicultura urbana intitulado “Bioeconomia Circular que Transforma Garagem de Esteio em Fábrica de Shimeji”. Coordenado por Charles Scholl, da Nossa Área – Movimento Pela Economia Solidária, o projeto demonstra como o cultivo de shimeji branco pode ser uma alternativa estratégica e economicamente viável para conciliar prosperidade com sustentabilidade no Rio Grande do Sul. A iniciativa utiliza uma garagem em Esteio como ambiente adaptado para a frutificação e comercialização direta do cogumelo no próprio bairro. Essencialmente um processo de bioconversão, a fungicultura agrega valor a resíduos agrícolas (como palha e cascas de milho ou soja), transformando o que seria descartado em alimento humano de alto valor nutritivo, promovendo a segurança alimentar e a economia local. Além disso, o processo se insere na bioeconomia circular porque o resíduo da produção (o substrato exaurido) é reaproveitado como adubo, biofertilizante ou cobertura orgânica, retornando à terra e incentivando práticas de manejo mais sustentáveis. Esses primeiros resultados, mesmo que com cerca de 10% da capacidade produtiva, já são considerados animadores, sinalizando a capacidade de crescimento dessa atividade em ambiente urbano como uma excelente alternativa de renda.
OS QUATRO ELEMENTOS ESTRATÉGICOS DA FUNGICULTURA URBANA:
*1. Matéria-prima é subproduto da atividade agrícola:* A fungicultura é um processo de bioconversão que agrega valor a materiais que seriam descartados.
*2. Produz uma proteína de alta qualidade e muito saudável:* O cultivo de cogumelos contribui diretamente para a segurança alimentar e nutricional por produzir alimentos de alto valor nutritivo.
*3. Promove a economia local:* Esta é uma atividade econômica que desenvolve a economia local. *4. Produz como resíduo de sua atividade composto mineralizado próprio para regulação biológica de solo:* _A sustentabilidade do processo é garantida pelo seu ciclo fechado, onde o resíduo da própria produção (substrato exaurido) pode retornar à terra.
Veja no Link abaixo
Acesse aqui a proposta defendida na plataforma do Pacto RS 25.








