As mobilizações pela implementação de um sistema de proteção de cheias, promovidas pela Associação de Moradores do Bairro Novo Esteio, ganharam a atenção das autoridades legislativas do Rio Grande do Sul.
A Assembleia Legislativa irá realizar uma Audiência Pública sobre o tema no bairro. A Comissão de Serviços Públicos do Parlamento Gaúcho acolheu a comunidade ao permitir um momento institucional para tratar das obras do sistema de proteção das enchentes. A Audiência Pública está marcada para o dia 14 de maio, às 19 horas, no Salão da Paróquia Nossa Senhora Aparecida. A iniciativa é do deputado Miguel Rossetto, do PT.
Histórico de mobilização da comunidade
A comunidade do Bairro Novo Esteio foi a única a se mobilizar por informações e ações concretas por um sistema de proteção contra as cheias. Foram mais de quinhentas pessoas que realizaram uma caminhada do bairro ao Espaço Oliveira Silveira, no Centro de Esteio, onde realizaram um ato, no dia 3 de maio, com o objetivo de marcar um ano das enchentes de 2024. A atividade contou com o apoio e a participação do deputado estadual Adão Pretto Filho, do PT, que na ocasião defendeu mais transparência com a comunidade.
O movimento organizado pelos moradores do Bairro Novo Esteio, se constituiu como a maior mobilização popular da cidade de Esteio, desde a enchente de 2024, que completa um ano no mês de maio. Os moradores tomaram a frente no atendimento às vítimas, com seus barcos pessoais e apoio de lideranças comunitárias para organização e distribuições dos ítens básicos de sobrevivência, como água e alimentação.
O contexto em que ocorre o movimento
Foi no entorno da comunidade do Bairro Novo Esteio que ocorreram as denúncias de desvios de recursos organizados pela Central Única das Favelas (CUFA) que foram destinados para pessoas que não sofreram alagamentos, em favor da campanha eleitoral, por meio de Guilherme Reis e Anderson Roberto Domingues da Silva, que faziam campanha para Fernando Luz, do PP. A denúncia foi levada à Câmara de Vereadores gerando manifestações formais na Tribuna e em documentos que foram expedidos à CUFA estadual, que não respondeu ao questionamento da Câmara de Esteio. A prefeitura de Esteio, ao ser questionada, limitou-se a responder que o programa era de inteira execução da CUFA, sem a participação da Prefeitura. Atualmente a CUFA permanece na gestão da Praça CEU, junto ao Loteamento Pôr do Sol, que fica ao final da Rua Rio Grande com a Avenida Brasil.
Além da denúncia de favorecimento eleitoral de Fernando Luz (PP), vereador mais votado da cidade e atual presidente da Câmara de Esteio, as lideranças do Governo na Câmara rejeitaram a criação de uma Frente Parlamentar para atender as questões levantadas pela comunidade. A medida política adotada e assinada pelo vereador Luciano Batistello (MDB) deixou, na prática, a comunidade mais distante do acompanhamento das obras, permitindo que o marketing político do governo fosse a principal iniciativa da prefeitura de Esteio no combate às enchentes.
Um ciclo que se rompe com a ação da Assembleia Legislativa, que realiza a Audiência Pública na comunidade após quatro meses da manobra legislativa local.
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